Grandes beldades da televisão e cinema brasileiro - PARTE FINAL

18:59

 Que o Brasil é abençoado por Deus e bonito por natureza nós já sabemos, somos privilegiados com uma grande mistura de cores, raças, cultura e é claro, grandes talentos! Crescemos vendo a transformação do mundo da música e da televisão, e apesar de estarmos habituados com os grandes atores e personagens da televisão brasileira, nem sembre sabemos como foi a trajetória deles até sucesso.
Hoje trago para vocês a quarta e última parte da matéria ''Grandes beldades da televisão e cinema brasileiro'', que marcaram e marcam até hoje, a teledramaturgia do nosso país. Espero que essas postagens tenham lhe trazido mais informações sobre a história da televisão, cinema e teatro do Brasil.

Foto 01: Em 1940, Arquivo do Estado de São Paulo.
Foto 02: Marcelo Del Cima
Maria Della Costa:
Nasceu no interior do Rio Grande do Sul, estudava em um colégio de freiras quando foi descoberta na rua pelo jornalista Justino Martins, levando-a rumo ao sucesso para a capa da Revista Globo. Foi morar no Rio de Janeiro e estreou como show-girl no Cassino Copacabana, a seguir, tornou-se modelo da tradicional Casa Canadá, onde conquistou o título de “Primeira Manequim do País”. Em 1944, estreou no teatro com a peça A Moreninha. Foi para Portugal estudar arte dramática no Conservatório de Lisboa, de volta ao Brasil, passou a fazer parte do grupo Os Comediantes. Em 1954, inaugurou sua própria casa de espetáculos, o Teatro Maria Della Costa, no bairro da Bela Vista em São Paulo, com espetáculos que marcaram o teatro brasileiro, levando reconhecimento internacional. Dona de uma beleza extraordinária, foi retratada por diversos artistas brasileiros. No ano de 2002, foi homenageada pelo Ministério da Cultura com a Ordem do Mérito Cultural.

Foto 01: Início dos anos 70.
Foto 02: Em ''Além do tempo'', 2015. 
Irene Ravache: 
Desde criança sonhava em ser atriz, em 1962, começou a fazer curso de interpretação na Fundação Brasileira de Teatro, formando-se em 1963. Em 1964 iniciou um novo curso de interpretação no Teatro dos Quatro, formando-se novamente em 1965, nesse mesmo ano, estreou em sua primeira telenovela,"Paixão de Outono", aos 21 anos. Nos anos 70, aprimorando cada vez mais sua carreira, foi aluna de técnica vocal de Glorinha Beuttenmüller, no chamado Método Espaço Direcional. Fez todos seus cursos no Rio de Janeiro, até que viajou para São Paulo e passou a frequentar aulas de Butoh com a atriz Maura Baiochi. Sua trajetória no teatro vai desde atriz, diretora e produtora, na qual foi responsável por dois grandes sucessos: Intimidade Indecente e As Turca. Em 2008 foi indicada ao Prêmio Emmy 2008, como melhor atriz.

Foto 01: Foto: Em ''O Sheik de Agadir'' de 1966 - CEDOC/TV.
Foto 02: Daryan Dornelles.
Marieta Severo:
Sonhava em ser bailarina e por isso estudou balé, mas ao 16 anos, mudou de ideia quando conheceu o curso de Teatro do Tablado. Em 1965, foi acompanhar uma amiga em um teste para uma peça e acabou sendo convidada para o filme Society em Baby Doll. Na mesma época, estreou também no teatro com a peça Feitiços de Salém, em 1966, aos 19 anos, foi chamada para integrar o elenco da novela O Sheik de Agadir, onde interpretou a primeira serial killer da TV brasileira, na recém-inaugurada TV Globo. Em 1968, estrelou no polêmico musical Roda Viva. Morou em Roma. alguns anos e retornou para o Brasil no final de 1970, retomando sua carreira de atriz, participando de uma novela na extinta Rede Tupi. Depois desse trabalho, afastou-se da televisão para se dedicar às filhas e aos projetos de teatro e cinema. Em 1983, após 18 anos afastada, voltou à TV Globo. Em 1986, foi homenageada no Festival de Gramado, pela sua atuação nos filmes O Homem da Capa Preta, Com licença, eu vou à luta e Sonho sem Fim. Foi premiada duas vezes com os prêmios Mambembe e Molière, e Em 2001, recebeu o prêmio Oscarito, pelos 37 anos de carreira dedicados ao cinema brasileiro, com mais de 30 filmes em seu currículo.

Foto 01: No concurso Miss Objetiva da Rádio Record. Nicolau Leite/Folha Imagem.
Foto 02: Reprodução.
Nair Bello:
Começou sua vida profissional em 1949, aos dezoito anos de idade, na extinta Rádio Excelsior. Estreou na TV como garota propaganda, seu primeiro papel no cinema foi em 1951, em Liana, a Pecadora, onde contracenou com Hebe Camargo, que se tornaria sua grande amiga. Estreou no teatro em 1976, em  "Alegro Desbum", peça de Oduvaldo Vianna Filho. Em 1982, fazia bastante sucesso com Dona Santa, pela Bandeirantes, onde interpretava uma taxista chefe de família. Também passou por programas de humor como Escolinha do Golias, a Praça é Nossa e Zorra Total. Já na Rede Globo ficou consagrada por suas atuações bem humoradas em novelas como Rainha da Sucata, Perigosas Peruas, Uga-Uga, e Pé na Jaca. Com mais de 50 anos de carreira, um teatro em sua homenagem, e dona de um bom humor contagiante, foi uma grande humorista brasileira e interpretou personagens que marcaram a comédia da televisão.

Foto 01: Arquivo pessoal, década de 40.
Foto 02: Sérgio Andrade, 1999.
Lolita Rodrigues:
Filha de imigrantes espanhóis, cresceu acostumada a ouvir seus familiares cantando canções espanholas. Em 1939, aos 10 anos, iniciou sua carreira participando de programas de calouro na Rádio Record, em São Paulo. Conseguiu seu primeiro contrato em 1944 na rádio bandeirantes, sempre cantando, passou também pelas rádios Cultura e Tupi, chegando a ganhar dois Troféus Roquette Pinto como "Melhor Cantora Internacional". Substituiu sua grande amiga Hebe Camargo ao cantar o Hino da Televisão Brasileira, na inauguração da TV Tupi em 1950. Dona de uma beleza e graciosidade, foi impossível escondê-la nas rádios. Foi então em 1957, que realizou o sonho de ser atriz, à convite de Cassiano Gabus Mendes, quando interpretou a cigana Esmeralda na telenovela O Corcunda de Notre Dame. Ela também participou da primeira novela diária da televisão, formando um triângulo amoroso com Glória Menezes e Tarcísio Meira. Bela e talentosa, construiu uma grande carreira nas rádios e televisão brasileira, com uma mistura entre a música, atuação e comédia.

Foto 01: Arquivo pessoal.
Foto 02: Divulgação.
Dercy Gonçalves:
Nasceu em 1905 no interior do Rio de Janeiro, filha de alfaiate e lavadeira, foi abandonada pela mãe, junto com seus outros irmãos, após sua mãe descobrir a infidelidade do marido. Criada pelo pai alcoólatra, foi trabalhar em uma bilheteria de cinema para ajudar a sustentar os irmãos. Aprendeu a atuar e a se maquiar ao assistir os filmes nas horas de expediente, criando ali o sonho de ser artista. Apresentava-se em teatros improvisados para hóspedes dos hotéis de sua cidade natal, mas aos dezessete anos, fugiu de casa para Macaé, embaixo do vagão de um trem, com o objetivo de se juntar à uma trupe de Teatro Mambembe, com diversos atores de circo experientes no qual ela poderia trabalhar. Após um tempo no Teatro Circense, o circo teve que partir para outra cidade e ela foi junto rumo a Minas Gerais. Mas foi enquanto excursionava com a trupe pelo interior de Minas Gerais que contraiu tuberculose. Casou-se, sofreu abuso, foi enganada e teve uma filha, dando a ela a força de vontade que precisava para continuar. Especializou-se na comédia e no improviso, participou do auge do Teatro de Revista Brasileiro entre os anos 1930 e 1940. Na década de 1960, iniciou carreira-solo e suas apresentações em diversos teatros brasileiros cada vez mais conquistavam o público. Nesses espetáculos, começou a introduzir um monólogo, no qual relatava fatos de sua vida. Em 1963, já na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da TV Excelsior, depois passou para a TV Rio e TV Globo. De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, Dercy de Verdade, que acabou saindo do ar com a intensificação da censura no país. No final dos anos 1980, quando a censura permitiu maior liberalismo na programação, passou a integrar corpos de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por Silvio Santos, e até aparições em telenovelas da Rede Globo. Recebeu em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada especificamente para homenageá-la: Melhor Personagem de Teatro. Em 1991, foi enredo do desfile da escola de samba Unidos do Viradouro, onde causou polêmica ao desfilar com os seios à mostra. Em Janeiro de 2012 a TV globo lançou a minissérie ''Dercy de Verdade'' que contava a trajetória de sua vida. Em 2006, aos 99 anos, recebeu o título de cidadã honorária da cidade de São Paulo, concedido pela câmara de vereadores. Foi reconhecida pelo Guinness Book como a atriz com maior tempo de carreira na história mundial (86 anos). Dona de um humor sem igual e conhecida por seus vários palavrões, morreu aos 101 anos, deixando um marco na história da televisão e teatro brasileiro.

Foto 01: Em ''Semideus'' em 1973 - Arquivo TV Globo.
Foto 02: Em ''Sangue bom'' em 2013.
Yoná Magalhães:
Nasceu no Rio de Janeiro em 1935, começou sua carreira na rádio e TV Tupi em 1954, com pequenos papéis e figuração. Mudou-se com seu marido para a Bahia, mas não abandonou o trabalho. Em Salvador, com o grupo A Barca, formado por ex-alunos da escola de teatro, participou de grandes clássicos da TV Itapoã. Convidada por Glauber Rocha, participou também da gravação de Deus e o Diabo na Terra do Sol. Fez grandes trabalhos no teatro mas foi na televisão, onde realizou a maioria dos seus trabalhos. Em 1964, voltou para o Rio de Janeiro onde recebeu um convite da atriz Nathália Timberg para trabalhar na peça Vestido de Noiva, no Teatro Municipal. Sua popularidade começou em 1966, quando foi convidada para participar na novela Eu Compro Esta Mulher, onde formou par com o ator Carlos Alberto, sendo o primeiro par romântico da emissora e a dupla mais famosa da televisão brasileira. Foi a primeira mocinha do elenco da Rede Globo, mudou-se para a TV Tupi, de São Paulo, em 1970, junto com Carlos Alberto, tendo ambos contracenado novamente, na novela Simplesmente Maria. Em 1972, de volta à TV Globo, integrou a novela Uma Rosa com Amor. Seguiu com cerca de 10 papéis entre a década de 1970 e no final dela, mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou na TV Tupi e na TV Bandeirantes. Em 1984, de volta ao Rio de Janeiro e à TV Globo, viveu a comerciante americanófila Maria da Graça, na novela Amor com Amor se Paga, no ano seguinte, participou na novela de maior sucesso da história da TV Globo, Roque Santeiro, onde fez grande sucesso com sua personagem Matilde, sendo convidada aos 50 anos de idade, em fevereiro de 1986, para posar nua para a revista Playboy. Na televisão, participou de mais de 50 novelas e minisséries, seu último trabalho foi na novela Sangue Bom, em 2013.


Obrigada por acompanharem as postagens.
Fiz cada uma das edições e postagens com muito amor e dedicação.

Fonte e inspiração: WK.

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Comentários
2 Comentários

2 comentários

  1. Belíssima iniciativa de falar sobre essas brasileiras incríveis. Normalmente a gente só vê post falando sobre as divas de Hollywood, e as divas nacionais acabam um pouco esquecidas, infelizmente. Eu simplesmente amei conhecer um pouco mais sobre elas, que a grande maioria vejo desde criança na tv. Ótima série de posts <3

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    1. Muito obrigada Nayara, fico feliz que tenha gostado, confesso que eu mesma me surpreendi com a história de algumas. <3

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